Mitologia germânica, também chamada de mitologia nórdica,
mitologia viquingue ou mitologia escandinava, é o conjunto de
lendas pré-cristãs dos povos escandinavos, especialmente
durante a Era Viking, cujo conhecimento chegou aos nossos dias
principalmente através das Edas islandesas do século XIII. A
maioria das fontes escritas vieram dos povos escandinavos que
se estabeleceram na Islândia[1].[2][3] Com a cristianização dos
países nórdicos - Dinamarca, Noruega, Suécia e Islândia, as
antigas religiões e mitologias foram sucessivamente substituídas
e esquecidas. A exceção foi a Islândia, onde a nova religião
substituiu a antiga, mas continuou todavia a ver a velha mitologia
nórdica como uma herança cultural, transmitida oralmente e
preservada em peças escritas.[4] Na Islândia daquela época, foi
redigida a maioria das fontes escritas sobre a mitologia nórdica. A
narrativa mitológica islandesa é a versão mais bem conhecida da
mitologia comum germânica antiga, que inclui também relações
próximas com a mitologia anglo-saxônica. Por sua vez, a
mitologia germânica evoluiu a partir da antiga mitologia indo-
europeia. A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e
histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual
Alemanha), sendo que sua estrutura não designa uma religião no
sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação
de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino. A
mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a era
Viquingue, e o atual conhecimento sobre ela é baseado
especialmente nos Edas e outros textos medievais escritos pouco
depois da cristianização. No folclore escandinavo estas crenças
permaneceram por mais tempo, e em áreas rurais algumas
tradições são mantidas até hoje, recentemente revividas ou
reinventadas e conhecidas como Ásatrú ou Odinismo. A mitologia
remanesce também como uma inspiração na literatura, assim
como no teatro, na música e no cinema. A família é o centro da
comunidade, podendo ser estreitamente relacionada com a
fertilidade-fecundidade quanto com a agressividade de um povo
hostil e habituado a guerras, em uma sociedade totalmente rural
que visa a prosperidade e a paz para si. Deste modo, a religião é
muito mais baseada no culto do que no dogmatismo ou na
metafísica, uma religiosidade baseada em atos, gestos e ritos
significativos, muitas vezes girando em torno de festividades a
certos deuses, como Odin e Tyr (identificado por alguns
estudiosos como predecessor de Odin). Pode-se dizer que a
religião viquingue não existia sem um ritual e abordava
exclusivamente o culto aos ancestrais; era uma religião que
ignorava o suicídio, o desespero, a revolta e mais do que tudo, a
dúvida e o absurdo. Segundo alguns autores, era "uma religião
da vida".